O meu amigo do Ceticismo fez um post a mostrar como cientistas evolucionistas fizeram “moléculas de RNA evoluírem e competirem entre si por recursos“. Como tantas outras notícias, parece uma coisa bombástica até ao momento em que se lê aquilo que aconteceu. Aliás, o Ceticismo.net é um blogue onde um criacionista se sente bem. Todos os “ataques” que vêm de lá ou são demonstrações de ignorância sobre o que é o criacionismo bíblico ou exagero e interpretação evolucionista. Vamos ao artigo.
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“Um grupo de cientistas do Scripps Research Institute criou o equivalente microscópico das ilhas Galápagos, um ecossistema artificial dentro de um tubo de ensaio onde moléculas evoluem para explorar diferentes nichos ecológicos, semelhante aos famosos tentilhões de Darwin, descritos em “A Origem das Espécies”, 150 anos atrás“.
“[…] a investigação mostra que quando espécies diferentes concorrem diretamente para o mesmo recurso finito, apenas o mais adaptado sobreviverá.”
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Depois do anúncio, o autor do post trata de rematar: “Em linguagem mais simples, temos: TOMEM, CRIABURRICIONISTAS!!“.
Na realidade, o único burro em relação ao criacionismo bíblico é o autor desta afirmação. Os criacionistas não negam a selecção natural, não dizem que ela não acontece. Aliás, o conceito de “selecção natural” já era conhecido muito antes de Darwin. A selecção natural, como o próprio nome sugere, apenas “escolhe” os indivíduos mais aptos. É uma espécie de controlo de qualidade. Ou seja, elimina informação genética. Nenhum criacionista informado rejeita os efeitos da selecção natural. Dizer: “Selecção natural comprovada! Criacionismo Refutado!” é estar a atacar um criacionismo de palha.
Continuando o artigo…
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“os pesquisadores colocaram a duas moléculas RNA juntos em um pote com cinco diferentes fontes alimentares, nenhum dos quais haviam estado em contato anteriormente. No início do experimento cada RNA poderia utilizar todos os cinco tipos de alimentos – mas nenhum destes foram utilizados particularmente bem. Depois de centenas de gerações de evolução, no entanto, a cada duas moléculas, uma se tornou independentemente adaptada para uma utilização diferente uma das cinco fontes alimentares.
“No processo, as moléculas evoluídas tiveram diferentes abordagens evolucionárias para alcançar o seu fim. Uma tornou-se super-eficiente em absorver a sua alimentação, fazendo isso a uma taxa que era de cerca de uma centena de vezes mais rápida que as demais. A outra era mais lenta na aquisição de alimentos, mas produziu cerca de três vezes mais progênese por geração, isto é, gerou mais descendentes.”
“As suas preferências eram mutuamente exclusivas – cada uma preferia em grande parte a sua própria fonte de alimento e evitava a fonte de alimento das outras moléculas.”
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No início desta experiência tínhamos moléculas de ARN capazes de consumir 5 tipos de alimentos diferentes, embora de forma não muito eficiente. No final, temos moléculas de ARN que se especializaram no consumo de apenas 1 tipo de alimento. Ou seja, estas moléculas perderam a habilidade de consumir 4 dos 5 tipos de alimento. Elas estão mais especializadas. Há menos informação genética. O próprio artigo refere isso [meu destacado]:
[…] O trabalho também mostra que, quando administrado uma variedade de recursos, as diferentes espécies evoluem, tornando-se cada vez mais especializadas, cada um preenchendo diferentes nichos dentro do seu ecossistema comum.”
As moléculas não estão a caminho de evoluir para nada. Elas estão mais especializadas.
Aqui também vemos, como já é hábito, a tentativa de vender gato por lebre. Se “evoluir” apenas significa “modificação com o tempo” então qualquer variação biológica é evolução em acção. O evolucionista define “evolução” como a “descendência com modificação“, o que não é muito diferente de dizer que “os filhos serão diferentes dos pais”. Definição tão vaga não pode ser refutada, já que qualquer variação biológica se encaixa nela. Mas o que nós queremos saber não é como as espécies variam e ficam mais especializadas, mas sim como elas foram ganhando informação genética que não existia.
CONCLUSÃO
O que tínhamos no início da experiência? Moléculas. O que temos no final da experiência? Moléculas. Esta experiência é um bom exemplo dos efeitos da selecção natural, no entanto, nada faz para mostrar como as moléculas poderiam evoluir para outro tipo de criatura mais avançada e complexa. Mesmo que as moléculas se replicassem por mais 50 anos, no final do dia teríamos na mesma moléculas de ARN, provavelmente com menos informação genética. Isto mostra bem a realidade da selecção natural – a eliminação de informação – e é precisamento o oposto do que a evolução darwiniana necessita.
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Nota jornalística
Não deixa também de ser triste a forma como os meios de divulgação científica abrem as portas a Darwin sem questionarem nada. Como eu reparei que esta notícia é igual nos diferentes meios de comunicação, dei-me ao trabalho de ir ao site da instituição procurar o press release. E as suspeitas confirmaram-se. Os artigos das agências noticiosas são copy pastes do press release. Já não é a 1ª vez (3º tópico). Assim não é difícil fazer jornalismo. Basta perder alguns minutos a visitar os sites das instituições, ir ao iStockphoto buscar uma imagem e está feito. Assim funciona a reciprocidade entre os meios populares de divulgação científica e os evolucionistas. Estes últimos fornecem material para manter os sites em andamento, desde que os jornalistas não questionem Darwin.
6 comentários so far
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Falando em jornalismo preconceituoso e partidarista, lembrei-me de uma matéria vinculada pela Rede Globo sobre os 200 anos de Darwin, demonstrando total desconhecimento sobre o que é o Criacionismo:
http://criacionista.blogspot.com/2009/02/globo-e-seu-jornalismo-preconceituoso.html
Comentar por Fabricio Lovato Maio 5, 2009 @ 1:52 pmNem me fala, no Brasil não se sabe metade do que se fala aqui sobre criacionismo, e os meios de comunicação são unânimes ao defenderem o evolucionismo.
Comentar por Arthur Vergara Maio 6, 2009 @ 2:08 pmSem falar que até hoje todos os livros secundaristas de Biologia que já vi trazem a seguinte definição:
“Criacionismo: teoria que ensina que os seres vivos foram criadas em 4004 a.C. e que desde então não variaram. Não é aceita pela ciência por não ter evidências.”
Comentar por Fabricio Lovato Maio 6, 2009 @ 8:16 pmSe isso não é formar opinião, então não seio o que é.
Comentar por Arthur Vergara Maio 7, 2009 @ 8:41 pm“Esta experiência é um bom exemplo dos efeitos da selecção natural, no entanto, nada faz para mostrar como as moléculas poderiam evoluir para outro tipo de criatura mais avançada e complexa”
Realmente es esperto.. Entao tu querias ver numa experiencia destas as moleculas a transformaren-se em criaturas… é parar rir mesmo.. sabes quantos milhares de anos isso leva para acontecer?
(Se Deus não sabe que existe o mal Ele não é “Omniciente”. Se Deus sabe que existe o mal, mas não pode evitá-lo Ele não é “Omnipotente”. Se Deus sabe que existe o mal, pode evitá-lo, mas decide não fazê-lo Ele não é “Omnibondoso”.)
Comentar por O incómodo Maio 8, 2009 @ 5:45 am“sabes quantos milhares de anos isso leva para acontecer?”
Não sei. Quantos?
Sobre a omnipotencia de Deus -> Aqui
Comentar por alogicadosabino Maio 8, 2009 @ 11:54 am