Filed under: Convicções / Fé
Ver Parte 10
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Como não começar uma religião no mundo antigo:
FACTOR 11 – QUANTO VALE A PALAVRA DE PESCADORES?
O problema não está só no testemunho de mulheres (ver Parte 10). Antes de seguirem a Jesus, Pedro e João eram pescadores, o que não é propriamente uma profissão que enriqueça muito o curriculum. Este facto também não passava despercebido às autoridades religiosas da altura [meu sublinhado]:
“Então eles, vendo a intrepidez de Pedro e João, e tendo percebido que eram homens iletrados e indoutos, se admiravam; e reconheciam que haviam estado com Jesus.” (Actos 4:13)
Isto reflete um ponto de vista muito comum dos antigos. Já referi o problema de Jesus proceder da Galiléia e Nazaré (Ver Parte 2)… isto também era um problema para os discípulos e poderia ter atrapalhado a pregação deles. A posição social estava intimamente ligada ao carácter da pessoa. Justo ou não, a palavra de um pescador não tinha o rótulo “credível”, ainda para mais a referir milagres e uma ressurreição. Entre o grupo de apóstolos, somente Paulo pode ter evitado este estigma, visto proceder de um background de algum poder. Mateus também poderia ter evitado este problema, se não tivesse sido membro de um grupo desprezado: cobradores de impostos! Muito poucos mensageiros do Cristianismo teriam sido capazes de evitar este estigma do background social.
Há outra dificuldade neste factor: o Cristianismo não tinha nenhuma das “cartas do poder”. Ele não era apoiado pela estrutura de poder daqueles dias, nem romana nem judaica. Ele poderia ter sido esmagado facilmente pela autoridade. Por que isso não aconteceu? A resposta é óbvia.
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7 comentários so far
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Sabino, eu comentei todos os tópicos até agora dessa matéria. Observei que ao final de cada um, vc sempre argumenta com base na “prosperidade” do cristianismo.
Comentar por Ivan Carlos Outubro 22, 2008 @ 8:17 pmIsso me obriga a também, te questionar: por que as religiões em que Jesus nada representa, também prosperaram??? Ou vc que não???
Por algum motivo foram pescadores e afins (enfim, serôdios de um modo geral) que foram os discípulos.
Pelo mesmo motivo que tens a alta religiosidade dos países de terceiro mundo, de pessoas altamente dotadas mentalmente (como jogadores da bola e afins) e pelo mesmo motivo que quem viu “aparições” em fátima foram pastorinhos do meio do monte, cujo último contacto com a civilização teria sido provavelmente quando a mãe foi tê-los à maternidade.
Comentar por Ska Outubro 23, 2008 @ 1:16 pmSka,
Valeu o seu “complemento” ao meu comentário.
Comentar por Ivan Carlos Outubro 23, 2008 @ 4:13 pmObrigado.
Ivan Carlos,
O próprio Jesus, assim como os apóstolos, refiraram-se ao aparecimento de falsos profetas e ao aparecimento de novas doutrinas. Portanto, não me admiro que aquilo que eles disseram que ia acontecer, tenha acontecido. Mas de que religiões estás a falar, em concreto?
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Ska,
Primeiro, é mentira que todos os discipulos tenham sido pescadores e “serôdios”. Mas isso ainda torna a questão mais interessante… se todos os seguidores de Jesus eram realmente “serôdios”, por que a palavra deles foi levada em conta pelas outras pessoas que, mesmo sofrendo perseguição, abraçaram o cristianismo?
Referes-te a “serôdios” como quem diz “estúpidos”… mas por que é que a pregação dos estupidos fez efeito?
Comentar por alogicadosabino Outubro 23, 2008 @ 4:13 pmNão, não associei serôdios a estúpidos. Usei esse termo no sentido de ignorantes, incultos. E depois, não te esquecas que era gente que vivia da pior maneira possível. Todos mandavam neles, todos lhes eram superiores. Claro que qem chegasse a dizer “os pobres é que são fixes e merecem ser salvos” iria ser bem recebido por gente que ansiava por alguma coisa que os retirasse do fundo da “cadeia”.
Comentar por ska Outubro 23, 2008 @ 8:59 pmAs religiões védicas, por exemplo. E que são anteriores ao cristianismo; logo, nenhuma profecia poderia ser feita a respeito delas uma vez que já existiam.
Comentar por ivancarlos Outubro 24, 2008 @ 3:38 amÉ exatamente isso, nada de tão promissor foi profetizado, somente mencionado fatos já existentes, os quais poderiam aumentar ou se definhar. O por que de não analisarmos as não cumpridas?
Comentar por Kibom33 Outubro 25, 2008 @ 12:52 pm