Filed under: Convicções / Fé, Estupidez/Fanatismo/Ignorância ateísta, Respostas a Ateus
Este post é a continuação DESTE. Se não o leu é favor ler, sob pena de não perceber o sentido do conteúdo do texto que se segue. Utilizo o nome do Rui mas isto serve para todos os que pensam como ele. Portanto, podes substituir o nome do Rui pelo teu!
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Se o Rui acha que são leis completamente incompreensível e ridículas…
Com que base, em que contexto o Rui julga Deus? A hipótese da Evolução fez com que o Rui vivesse no século XXI… separado dos tempos do Levítico por 60 séculos (de acordo com a cronologia bíblica). O Rui está a julgar Deus com as suas ideias domesticadas pelo século XXI, tendo por base a concepção de lei vigente nos dias actuais. Como é que se pode opinar sobre algo que foi escrito num contexto histórico-social completamente diferente dos nossos dias?
Em Deuteronómio 23:13 encontramos uma lei de higiene que faz rir qualquer um (a mim, pelo menos, fez-me rir quando a li pela primeira vez): “Entre os teus utensílios terás uma pá, e quando te assentares lá fora [fora do arraial], então com ela cavarás e, virando-te cobrirás o teu excremento“. Mas o que é isto? Deus a dizer a pessoas adultas que não se pode fazer bosta (literalmente) em qualquer lado e que é necessário cobri-la? Não é demasiado óbvio? Até o meu primo de 7 anos sabe que existem lugares próprios para fazer este tipo de coisas. Mas o meu primo de 7 anos vive num tempo completamente diferente, em condições diferentes daquelas pessoas do Levítico. Ele é ensinado, desde pequeno, que se faz chichi no pote em forma de carro do Noddy.
A numerosa população de judeus que saiu do Egipto sob o comando de Moisés estava ainda a aprender a viver em sociedade pois, ao contrário do que prega a Evolução, o Homem não existe há uns poucos milhões de anos! “Mas ó Sabino… os egípcios já viviam em sociedade e sabiam onde defecar!“. Mas os israelitas não estavam a viver em casas ou em grutas ou em cavernas. Eles estavam a viver no deserto! Nos tempos bíblicos, nunca uma população tão numerosa tinha vivido nestas condições. Não é de estranhar que a construção das pirâmides do Egipto ainda hoje continue a ser uma incógnita (há quem acredite que extra-terrestres as construíram – gente com formação académica). Como é possível construções tão majestosas surgirem em tempos tão remotos? Só muita gente mesmo poderia contribuir para a sua construção.
Se o nosso cérebro é um produto de milhões de anos, o resultado de processos impessoais e sem nenhum sentido, então porque é que “isto” que te parece errado e “aquilo” que te parece correcto na minha opinião é precisamente o oposto? Ei, não tenho culpa… eu vim do mesmo processo não direccionado que tu!
Um exemplo prático… há 80 anos a questão do aborto não se colocava. Pelo menos não tão incisivamente como nestes últimos anos. Tomando o exemplo de Portugal, hoje em dia já é legal abortar. Os nossos bisnetos certamente dirão: “A sério? No teu tempo havia quem não aceitasse o aborto? Foi preciso um (dois) referendo para ser legal praticá-lo? O pessoal da tua geração era mesmo quadrado!“. Apesar de haver sempre quem discorde, há assuntos que vão ficando banais ao longo dos tempos. Num enquadramento diferente, a questão da eutanásia é outro exemplo semelhante. O que para ti hoje é usual, para pessoas do século passado podia não ser. Da mesma forma, o que para ti hoje é afronta, para pessoas de gerações seguintes poderá ser normal.
O teu problema é não te imaginares na época em que o Levítico foi escrito. O teu problema é pensares que o contexto histórico-social do tempo de Moisés deve ser considerado igual ao teu.
(CONTINUA)
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Marcos 10
3Que disse Moisés sobre o divórcio?, Jesus perguntou-lhes.
4Disse que era permitido; que um homem pode entregar à mulher uma carta de divórcio, e mandá-la embora.
5E porque disse ele isso? Jesus acrescentou: Mas eu próprio vos direi porquê: por causa da dureza do vosso coração.
Comentar por natenine Março 20, 2008 @ 6:13 pm