Muitos adeptos de Richard Dawkins saíram em sua defesa, após este ter bloqueado com a pergunta colocada por cientistas criacionistas. Uns disseram que foi montagem, outros que ele estava a pensar numa maneira de responder com poucas palavras, outros ainda que ele estava a pensar numa resposta que não pudesse ser usada contra ele. Há de tudo no Youtube. Vejam aqui a versão de ambos os lados. Mas um dos vídeos chamou-me a atenção pela tentativa de defesa que sai furada pela sua implicação na teoria darwiniana.
Perguntaram a Dawkins: “Pode dar um exemplo de uma mutação genética ou de um processo evolutivo que produza um aumento de informação no genoma?”.
O sujeito do vídeo (ver final do post) respondeu: “A síndrome de Down“. Mas que excelente exemplo! A síndrome de Down ou trissomia do cromossoma 21 é um distúrbio genético causado pela presença de um cromossoma 21 extra, total ou parcialmente. Portanto, não há nova informação. Há apenas a presença de um cromossoma extra que já existia.
Mas não foi isto que me chamou a atenção. Mesmo que considerássemos que a síndrome de Down acrescenta nova informação genética, ela nunca poderia ser apontada como um bom exemplo uma vez que é uma mutação prejudicial. A síndrome é caracterizada por uma combinação de diferenças maiores e menores na estrutura corporal. Está, geralmente, associada a algumas dificuldades de habilidade cognitiva e desenvolvimento físico, assim como de aparência facial. Os afectados pela síndrome de Down possuem maior risco de sofrer defeitos cardíacos congénitos, otites recorrentes, apneia de sono obstructiva e disfunções da glândula tireóide.
Portanto, esta mutação genética nunca poderá ser um bom exemplo de evolução por selecção natural. Primeiro, porque não acrescenta nova informação genética. Segundo, porque a evolução por selecção natural pressupõe a sobrevivência do mais apto, algo que não se verifica em indivíduos com síndrome de Down, dependentes dos cuidados de terceiros.
[Youtube=http://www.youtube.com/watch?v=bmJKZPpH80A]
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“Até o tolo, estando calado, é tido por sábio; e o que cerra os seus lábios, por entendido.” (Provérbios 17:28 )
3 comentários so far
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lol
Comentar por Mats Março 14, 2008 @ 2:11 pmSim, a Síndrome de Down é um bom exemplo da teoria da evolução! incrível.
não, não é
Comentar por Nuno Dias Janeiro 18, 2010 @ 5:00 pmVamos dar o braço a torcer. A resposta que Dawkins deveria ter sido “De momento não me recordo de nenhuma.”, mas reparemos em algo curioso, em milhares de entrevista e palestras que deu, isto é o melhor que conseguem? 😀
Quando ocorrem mudanças no meio onde se encontra a espécie, essas pequenas diferenças tornam-se importantes, significam uma pequeníssima vantagem que orienta a espécie (ou um grupo) numa determinada direcção (e a possível criação de nova espécie).
O exemplo do pêlo é excelente. Verificando-se um decréscimo de temperatura ao longo de anos, os animais que tivessem um pouco (por muito pequeno que fosse) mais de pêlo estariam melhor equipados para sobreviver (e reproduzir).
Uma mutação a nível genético, realmente pode originar a mudanças drásticas (e que resultam em morte), mas o que é relevante para a teoria evolução são as pequenas mutações.
Quanto à “informação genética” é preciso clarificar o que entendem por isto. Tomando o genoma como um vulgar livro onde se encontra essa “informação genética” acham relevante haver mais código ACGT? O que é importante é a forma com este código está ordenado e como resulta em modificação para a espécie.
Comentar por Nuno Dias Janeiro 18, 2010 @ 4:59 pm